Sunday, November 04, 2007

corredeiras


João Pedro Sevalho

Dias são dias!

Aqueles em que o tempo custa a passar,
onde a chuva encobre o rio de sol,
onde o rio desce a pedra correndo,
onde me encharco com a água no céu.

Não tem jeito amigo,
tá na chuva é pra se molhar.

Com tudo e só, tem o apego
à rotina na surdina,
impregna, toma o tempo e não flui o pensar.

Registro na memória os bons dias
e revivê-los enquanto peço tempo ao pai.

Dias são dias!

Aqueles em que os amigos jogam futebol,
onde boiar no mar olhando pro céu
traz a paz que não encontro
Nos dias normais.

Aprenderei e aprenderemos,
não se apegar e não se apagar.

Ver a felicidade estampada
no rosto de um povo,
que ao entrar em contato
aprende, vive, mostra e ensina.

Nadar num mar de nada
preenche a rotina de farpas.

Seis dias de paz e sossego,
espero, aguardo e temo.
Não voltar pra rotina amarga.
Ao longo do vento e a tempo.

Foto: Bia Galvão