Wednesday, August 30, 2006

reverberação

João Pedro Sevalho

Quando vai chegando a hora
e eu não sei mais ficar,
vai dando uma agonia,
um frio no ventre e lá.

Tropegas ruas,
vacilos andantes.
Atravesso a sua,
e nua, sigo adiante.

Alma desvalorizada
mão tempestade faz.
Fogem os castanhos cachos
e os olhos dizem mais.

Doentias armadilhas
que cercam o meu portão.
Gritos que ecoam no sotão da cabeça
e no porão do coração.

Irradiante voz do leão
que marca o territério
e me domina feito um cão.

Reverberam loucuras
em sua cabeça,
que armada será
contra a minha que tenta.

Reverberam loucuras
em minha cabeça,
que tenta chegar,
mas se arremessa.

Num mar profundo
de desilusões semanais
que vão e vem como num cais
e me matam pouco a pouco.
De você? Só espero mais.

Thursday, August 24, 2006

ah!

João Pedro Sevalho

Hoje eu me dei conta
de que não presciso de muito
pra ser feliz.

Hoje eu me dei conta
de que estou num estado
latente sem explicações.

Hoje vi que não
mereço tudo o que tenho.
Nem o que desejo.

Mas continuo correndo,
afim de que meus objetivos
sejam pelo menos, desejaveis.

depois da choppada do cinema!
um tanto quanto emocional!
e com saudades da terra natal !!

Saturday, August 05, 2006

batidas inv(f)ernais

João Pedro Sevalho

Não precisa se preocupar,
Não precisa se confundir,
Não precisa saber de tudo,
você é, e é assim.

Não meta os pés pelas mãos,
e faça somente o que quer.
O que acha que dá,
e o que acha que é.

Você de nada entende,
e pensa entender.
Não se pré-suponha,
para não se arrepender.

As névoas estão cada vez mais presentes,
que isso acabe por aqui.
As tosses não aguentam sair de mim,
e você parece não aguentar isso assim.

Casa que pede e cai,
vida que desmonta e sai.
Mar inconstante e lilás,
sai e me ataca em paz.

Wednesday, August 02, 2006

palavra de ordem

João Pedro Sevalho

A coisa por aqui
ficou preta.
O tempo fechou.
A casa caiu.

Sabemos com quem
podemos contar.
Contamos com quem
sabemos querer.

Siga o caminho amigo,
você há de viver.
Volte sempre amigo,
e venha me ver.