Wednesday, August 30, 2006

reverberação

João Pedro Sevalho

Quando vai chegando a hora
e eu não sei mais ficar,
vai dando uma agonia,
um frio no ventre e lá.

Tropegas ruas,
vacilos andantes.
Atravesso a sua,
e nua, sigo adiante.

Alma desvalorizada
mão tempestade faz.
Fogem os castanhos cachos
e os olhos dizem mais.

Doentias armadilhas
que cercam o meu portão.
Gritos que ecoam no sotão da cabeça
e no porão do coração.

Irradiante voz do leão
que marca o territério
e me domina feito um cão.

Reverberam loucuras
em sua cabeça,
que armada será
contra a minha que tenta.

Reverberam loucuras
em minha cabeça,
que tenta chegar,
mas se arremessa.

Num mar profundo
de desilusões semanais
que vão e vem como num cais
e me matam pouco a pouco.
De você? Só espero mais.

1 comment:

Mari Elias said...

"Doentias armadilhas
que cercam o meu portão.
Gritos que ecoam no sotão da cabeça
e no porão do coração."

impressionante como vc tem o dom de descrever esses sentimentos e situações confusas pelas quais nós seres humanos passamos...

te conheço na formatura?!