João Pedro Sevalho
O jovem nevoeiro ficava sentado a me olhar,
sabia que eu ali passava, somente pra admirar.
O jovem nevoeiro gosta de ficar no mar,
e é pra lá, pro lado grande, que ele um dia vai morar.
O jovem nevoeiro me confunde muitas vezes,
parece estar insatisfeito,
essa brisa vem de lá.
O jovem nevoeiro, de uns tempos pra cá,
resolveu me atormentar.
Me chamando com o olho,
me chamando feito o ar.
O jovem nevoeiro, não faz muito tempo,
botou muita gente pra rezar.
Fez o medo em meio mundo,
uma loucura a ensaiar.
Esse jovem nevoeiro, já consegue dominar.
Suas rajadas de desejo derrubaram o meu pomar.
Esse jovem nevoeiro não consegue mais parar,
já conhece todo mundo, vira tudo em um segundo,
se arremeça contra o mar.
Pelo jovem nevoeiro, sempre enfrente vou passar,
mas agora e para sempre
meu desejo vou matar.
Mexe tanto o meu juízo,
não consigo mais passar.
Esse jovem nevoeiro um dia há de me matar.
Monday, July 03, 2006
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2 comments:
Muito bom. Muito bom mesmo! Belas imagens. Abraço
um gracinha esse poema! não conhecia esse seu lado artístico.
nem o seu lado que fica mudo...
O mundo é mesmo cheio de surpresas, por de trás no nevoeiro.
bj
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